THE PRETTY RECKLESS | Makila Crowley

THE PRETTY RECKLESS • 12/03/2017

THE PRETTY RECKLESS . 12/03/2017 . Teatro Positivo . Curitiba/PR
Texto: Clovis Roman
Fotos: Makila Crowley

 

Repetindo o sucesso da última vinda à cidade, o The Pretty Reckless encontrou um público numeroso e bastante empolgado para sua apresentação no Teatro Positivo, em Curitiba. O show fez parte da turnê de seu terceiro disco, Who You Selling For, que sacramenta a relevância do grupo. O trabalho mistura peso, melodias grudentas, bons refrões e um acento pop na medida certa. É uma receita de sucesso. A miscelânea de elementos se mostrou também funcional ao vivo, já que a galera cantou junto durante boa parte da apresentação.

Abrir com dois sons mais antigos – “Follow Me Down” e “Since You’re Gone” ajudou a atiçar e manter a empolgação do público – em sua massacrante maioria, de adolescentes – em alta. O segundo single do último álbum, “Oh My God” funcionou bem ao vivo, assim como “Hangman”, que mescla diversas camadas que resultam num som denso e pesado, que chega a lembrar o grandioso Alice in Chains em determinadas passagens. A histeria atingiu níveis elevados na tétrica mas ao mesmo tempo dançante “Makes me Wanna Die”, o primeiro grande sucesso da banda.

A frontgirl Taylor Momsen tratou de pegar uma guitarra para acompanhar seus colegas em “My Medicine”, não sem antes de ser agraciada com um coro de “gostosa, gostosa” – nada ofensivo, entretanto. O adjetivo aqui foi usado como simples reverência. Tanto que antes de “Going to Hell”, uma mera insinuação de Taylor em tirar a roupa se tornou logo em um coro de “tira, tira”. Gritos de “I love you Taylor” aqui e acolá também foram ouvidos.

Após “Prisoner” e “Sweet Things”, veio a sequência ‘calma’ do show. Duas belas baladas, a faixa título do último álbum do The Pretty Reckless, “Who You Selling For” (onde a cantora pediu para os fãs erguerem seus celulares, os substitutos naturais do isqueiro) e “Just Tonight”, além do hit “Zombie” acalmaram o ritmo apenas no instrumental. O público permaneceu ligado em 220V.

E apesar de Taylor se o centro das atenções, afinal ela deita e rola em cima do palco (durante “Zombie”, literalmente), os demais integrantes também se mostraram peças fundamentais na engrenagem. O seguro guitarrista Ben Phillips dominou todas as canções, mesmo quando errava alguma nota. O feeling passava por cima desses detalhes. Em algumas introduções, chegou a brincar com riffs de bandas como Cream e AC/DC. Responsável pelas quatro cordas, Mark Damon era só empolgação, enquanto o baterista Jamie Perkins adicionava uma percussão rápida e agressiva, equilibrando os elementos do som do grupo. O cara chegou a colocar pedal duplo no final apoteótico de “Take Me Down”. Após um pequeno intervalo, os quatro retornam ao palco para a saideira, “Fucked Up World”, que contou com um inusitado solo de bateria.

O saldo foi bastante positivo. O Teatro recebeu algo em torno de 1700 fãs, que aproveitaram bastante e cantaram altos nos singles, e ficaram mais contidos nas músicas mais recentes, mas ainda assim com notável devoção. O The Pretty Reckless já construiu uma sólida base de fãs no Brasil, e certamente voltará na próxima turnê.

 

SET LIST

Follow Me Down
Since You’re Gone
Oh My God
Hangman
Make Me Wanna Die
My Medicine
Prisoner
Sweet Things
Who You Selling For
Just Tonight
Zombie
Living in the Storm
Heaven Knows
Going to Hell
Take Me Down
Fucked Up World

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